terça-feira, 3 de junho de 2014

"Gente faz negócio com gente"


JÁ FUI MUITO TÍMIDO, ACREDITE !

Aos 14 anos carregava malas contendo bolsas para bebês (baby bag) -  andava de loja em loja oferecendo a “mercadoria” aos lojistas, não tinha experiência alguma.
Para um jovenzinho nascido em família de classe média que estudava num dos melhores colégios da cidade e era estudioso que frequentemente  listava no  “Quadro de Honra”, eu tinha vergonha de ser visto pelos meus colegas arrastando malas enquanto a maioria deles tinha tudo (ou quase tudo) - minha mãe era desquitada com 5 filhos e se matava para nos proporcionar o melhor em termos de educação secular. Como homenzinho mais velho fui cuidar de ganhar o meu e aliviar o fardo dela.
Depois das bolsas “baby bag” foi a vez de papéis (incluindo papel higiênico que era o “carro-chefe”), de fios, cabos e material elétrico em geral. Esse foi o preâmbulo da minha história “forçada” de vendedor.
Já estava na faculdade com 18 anos incompletos, iniciei meu primeiro emprego com carteira assinada : função : “office boy” interno da Holding do Grupo Edson Queiroz, atendia aos 4 diretores e suas respectivas secretárias, não demorou mais de 4 meses e fui parar no setor de suprimentos.
Não pretendo contar aqui toda minha história, você não a leria toda mesmo !

PESSOAS 1

Sempre tive pessoas no meu círculo de trabalho a quem eu observava cuidadosamente e as considerava como boas referências. Alguns se tornaram meus “Coaches”.
Desde muito cedo quando me deparava com alguma situação desafiadora eu pensava :
-    Como “fulano” resolveria esse assunto ? como o superior de meu superior vê tal problema, como ele resolveria ?
De forma empírica ía formando um modelo mental que tem me ajudado em toda minha carreira profissional.

PRAGMATISMO

Há alguns anos fui apresentado à “história de Adams Óbvio”, recomendo como leitura compulsória a todos que tem como atividade “resolver problemas”... Quem não os tem ? segue o link...

Tenho notado em minha vivência corporativa um uso superlativo do jargão “pensar fora da caixa”... o que mais tenho visto da parte daqueles que usam com frequência esse jargão, é que, frequentemente esquecem de aplicar o “pragmatismo” de “fazer o que deve ser feito”. Aqui entra a lição aprendida com o jovem Adams.

DESAFIOS

Já assumi  funções em que “não me sentia totalmente pronto” para cumprir com as “atribuições do cargo”.  Mas quem estava me contratando acreditava por alguma coisa na minha atitude que valeria a aposta... e lá estava eu...
A experiência no “chão de fábrica” foi muito rica – aprendi a aplicar  ferramentas de  gestão de manufatura, como o “Just in Time e o KANBAN” que renderam “savings” importantes com ganhos de produtividade. A informática aperfeiçoou os processos mas o conceito é o mesmo atrás de cada controle.
Da vivencia em “atividade-meio” (Compras, Planejamento de Materiais, Almoxarifados, PCP, PCM) fui parar do outro lado da mesa – O LADO DE VENDAS , de lá nunca mais saí – nem pretendo…

LOGÍSTICA

Durante os 4 anos em Logística, cobrindo 22 estados - do Amazonas ao Mato Grosso do Sul - tinha mais de 200 subordinados em 10 Centros de Distribuição. Reunia meus supervisores a cada trimestre e em cada reunião eles eram desafiados a apresentar otimizações de suas rotas que gerassem ganhos de produtividade, redução de custos ou ambos. A sugestão de um era imediatamente replicada para outra região, e era gratificante terminar 2 ou 3 dias de trabalho e contabilizar  mais de um milhão de dólares de redução de despesas operacionais no orçamento corrente.

PESSOAS 2

Fui “chefe” de muitos executivos bem mais velhos que eu. Fui “testado” em muitas situações.
O que eu podia fazer se eu não tinha todas as respostas ?
Eles tinham muito a me ensinar, então era óbvio adotar uma postura de “fazer perguntas”. Eles se sentiam valorizados por “me ensinar” daí aprendi que adotar  uma atitude humilde era a forma mais inteligente e prática de agir.
Será que funcionou todas as vezes ? Claro que não ! Tive que demitir alguns que não aceitavam mudanças e acreditavam ser  “intocáveis”. Faz parte !

PESSOAS 3

“Gente faz negócio com Gente”.
Não sei de quem é essa frase, mas é uma realidade durante todos esses anos em que venho dirigindo a área comercial de grandes empresas de culturas tão diferentes : nacional familiar, multinacional americana, britânica, japonesa, coreana e chinesa.
Quando mudava de empresa, era gratificante reencontrar pessoas (clientes)  do meu relacionamento comercial que me recebiam de portas abertas, e logo estávamos fazendo negócios. Sempre procurei adotar uma postura de “não prometer aquilo que não podia entregar” e imprimir esse estilo de trabalho a toda equipe. Isso me faz  acreditar que construí minha reputação com base sólida.

MINHA PRÓXIMA DESIGNAÇÃO 

 Do ponto de vista prático mudam alguns detalhes do produto ou segmento de mercado, mas a essência do negócio permanece :  Na última linha,  meus clientes (outrora, superiores) vão querer ver os resultados de uma boa execução dos planos...
Sou obcecado por processos, gosto de identificar os elos da cadeia de valor e encontrar oportunidades. Em geral, meu trabalho traz contribuições que vão além do escopo da área comercial.
Gosto de estratégia, de infundir táticas de guerrilha, de avaliar comportamentos e sempre que  possível, rapidamente convertê-los em ações pra aumento de vendas.

RECOMENDAÇÕES 



Atualmente é mais raro um jovem ter a oportunidade de explorar uma grande variedade de trabalho diferente, exceto em grandes empresas que adotam “programas de Trainees”, mas indepente do cenário, você pode explorar outros “mares” interagindo mais com as pessoas e departamentos. Assim a troca de experiência pode enriquecer seu inventário de habilidades.

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